No caixotinho

_Moça, você tem um daqueles caixotinhos pra plantar orquídeas?

_Um cachepô?

_Humm, deve ser...

Precisava plantar o meu presente em um cachepô e ,após aprender o que era um, eu juntei um pouco de areia, musgo e aquela casquinha de madeira que também não sei o nome e ajeitei bem a Stanhopea em seu mais novo lar. Eu queria acompanhar o seu desenvolvimento mais de perto (dentro de casa) mas fui aconselhado a colocá-la eu um lugar mais ventilado e à sombra, então a pendurei na mangueira do quintal. Surpreendentemente descobri outras orquídeas afixadas lá com pedaços de xaxim. Meu pai é um orquidófilo! Bem, não conheço as espécies que estão lá e nem meu pai também. Penso que orquidófilos são primeiramente atraídos pela beleza dessas lindas flores e depois começam  a estudá-las. Assim que eu souber quais as espécies estão na coleção do meu pai irei fazer charmosas plaquinhas para identificálas como as que vi na casa de Gilda em Diamantina.

A princesa Ivonair da SOD

Disse anteriormente que os orquidófilos são uma família de amantes da natureza e passoas apaixonadas pela vida. E por isso são também apaixonantes. Escreverei postagens sobre estas pessoas que eu conheci e conhecerei durante esta atividade. Desta vez eu irei falar um pouco sobre o casal Adilson e Ivonair que são pessoas muito simpáticas e anfitriões muito acolhedores. Adorei ser recebido na casa deles com o delicioso almoço de Ivonair e também os vinhos e o churrasco de Adilson.
Bem... mas como o assunto do blog é orquidofilia, irei concentrar-me mais à orquidófila Ivonair Oliveira que participa da Sociedade de Orquidófilos de Diamantina (SOD) e tem belíssimas espécies em sua coleção. A exposição de orquídeas da SOD ocorre uma vez por ano sempre no mês de março e Ivonair e seus amigos da SOD se esforçam bastante pra fazer um bonito trabalho. Tão dedicada ao estudo das orquídeas quanto é dedicada a família e suas outras tarefas, Ivonair, há pouco mais de dois anos, vem aprofundando-se mais em seus estudos sobre orquidáceas e cada vez mais se torna conhecedora de várias espécies e as identifica com destreza., apesar de ainda confundir-se um pouco com os complicados nomes científicos.

Uma pessoa de muita presença de espírito, solidária e divertida. As histórias que ela e suas amigas contam são impagáveis. Porém, a característica mais visível desta orquidófila é a sua classe que não a deixa devendo a nenhuma princesa do mundo. Ivonair é dona de beleza e postura de dar inveja a muitas mulheres apesar de ser mãe dois filhos adolescentes. Todos os seus movimentos são graciosos não só pelo caminhar e o saltar pelas pedras dos caminhos da formação rochosa mas, também em todas as atividades rotineiras, como, amarrar um simples lenço no cabelo, cortar a carne e pasmem, até comendo um pé de galinha esta menina consegue ter classe e graça! Inexplicável, essa menina só pode ter sangue de Chica da Silva!

A primeira gafe

Chegando a Belo Horizonte e super empolgado em plantar a primeira muda de orquídea que foi me dada de presente pelo orquidólogo Reginaldo de Vasconcelos Leitão, passei pelo Mercado Central da cidade com a finalidade de comprar um vaso para a nova moradora da minha casa logo após desembarcar na rodoviária. Mal lembrava eu de que Reginaldo havia me dito que me daria informações sobre aquela espécie. De posse do meu lindo vaso de fibra de côco e um borrifador fui para casa e plantei a orquídea. Todo orgulhoso a coloquei em um lugar dedestaque à sombra. Conforme havia dito, no primeiro contato Reginaldo me ensina plantar a muda e me disse se tratar de uma Stanhopea cuja uma das especifidades é que a sua inflorescência surge pela parte inferior da planta (isso nas minhas humildes e ignorantes palavras pois não sei usar os termos corretos ainda) o que exige que ela seja plantada em uma gaiola de madeira suspensa para que a inflorecência saia pelo lado de baixo. Envergonhado, só me restou tirar uma foto do meu lindo vaso antes de sair para comprar a tal gaiola. Vasconcelos também me disse que a Stanhopea deve florir em novembro, suas flores apesar de lindas e de grande porte vão durar pucos dias. Mesmo assim não desanimei em cultivar  esta linda planta pois adorei a sua folhagem firme, verde e cerosa. (espero em alguns meses estar usando uma linguagem melhor, mas por hora estou aqui demonstrando o meu encantamento).

Reginaldo de Vasconcelos Leitão

Como não tornar-se um neofilo (orquidófilo principiante) depois de ter contato com o orquidólogo Reginaldo de Vasconcelos Leitão?

Reginaldo faz questão de compartilhar com todos o seu amor pelas orquidáceas. Carismático e muito comunicativo ele envolve cada vez mais pessoas que passam a se interessar pelo objeto do seu estudo. Posso dar testemunho da disposição que ele possui, respondendo todas as perguntas, retirando todas as dúvidas, paciente com todas as pessoas até mesmo com o mais amador de todos. Antes de entrar em contato com os orquidófilos de Diamantina eu nem mesmo sabia o que era uma orquíidácea em se tratando de características, variedades e etc. Reginaldo não só responde perguntas, ele ensina, explica, repete nomes científicos incansavelmente, fornece telefone e e-mail para contato e apesar de sua agenda apertadíssima ele dá feedback para todos os contatos feitos por e-mail. em sua página em um site. Na despedida de Diamantina e dos novos amigos eu ainda recebi uma orquídea de presente, pois Reginaldo carrega consigo uma caixa com mudas de suas orquídeas mais valiosas para presentear as pessoas, coisa que apenas alguém com a grande generosidade dele poderia fazer. (Na foto, Reginaldo contemplando uma Bletia em seu habitat).

Diamantina, onde a história começa

Fui convidado a passar o final de semana do feriado da independência em Diamantina-MG que é uma das mais belas cidades históricas mineiras. Com incrível belaza arquitetônica colonial a cidade ainda conta com o patrimônio histórico e cultural de seus mais ilustres moradores como Juscelico Kubistcheck e Chica da Silva. Nesta cidade conheci pessoas inesquecíveis como D. Da Luz - uma pessoa meiga e apaixonante, as amigas inseparáveis Ivonair e Gilda ; e outro grande estudioso da região - Euler Menezes todos orquidófilos locais. Entre eles estava também Reginaldo de Vasconcelos Leitão da cidade de Governador Valadares. Reginaldo é orquidófilo desde os 9 anos de idade e se mostrou conhecedor de grande parte da vegetação nativa do cerrado mineiro em uma visita às formações rochosas da cicade de Diamantina, visita esta para a qual eu tive o privilégio de ser convidado. Orquidólogo que dedica grande parte de seus estudos às orquidáceas, Reginaldo  de Vasconcelos Leitão conta com mias de 400 espécies em sua coleção além de ser o responsável pelo registro de várias espécies as quais ele mesmo descobriu.
O orquidófilo é convidado por várias entidades do país para prestar consultoria em exposições locais. Sempre muito solicito e amante do que faz, Reginaldo de Vasconcelos Leitão  ajuda iniciantes a montarem os seus orquidários explicando desde as caractristicas das espécies até as condições de cultivo. Tive a oportudade, nesta visita, de ouvir o estudioso falar com facínio de tantas variedade de orquídeas e explicar as suas características que não tive como voltar do passeio sem vontade de cultivar orquídeas em casa e fazer parte de um grupo como aquele. Orquidófios e orquidólogos são antes de tudo amantes da natureza, nesta visita tive a oportunidade de observar o respeito que eles têm aos locais que visitam para observar o florir de espécies locais. Amantes da naturaza são uma família de pessoas alegres e felizes capazes de absorver de animais, rochas, plantas etc, a energia que precisam para se alimentar esperitualmente.